O Partido Socialista da Madeira criticou duramente a Câmara do Funchal pela inércia na execução de programas de habitação social, realçando que cerca de 28 milhões de euros, assegurados para este fim, ficaram por aplicar em empreendimentos essenciais à população mais carenciada.
A génese dos projetos
Segundo Rui Caetano, candidato do PS à presidência do município, estavam delineados cinco empreendimentos que viriam a saldar a carência habitacional de mais de 500 pessoas. Todos os dossiers contavam com financiamento do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência e com protocolos assinados, restando apenas proceder aos concursos públicos e ao arranque das obras.
Impacto na comunidade
Até ao momento, apenas 33 apartamentos foram concluídos na freguesia da Nazaré, muito longe dos 202 inicialmente previstos. A estagnação dos projetos agravou ainda mais as listas de espera, que na empresa municipal Sociohabitafunchal ultrapassam as duas mil candidaturas. Para além disso, os preços acima da média pressionam famílias de classe média e jovens a procurar soluções em outros concelhos ou no estrangeiro.
Silêncio do executivo
Entre os casos mais emblemáticos está o antigo bairro da Penha de França, onde nunca chegou a ser lançada a construção de 51 habitações e de um centro comunitário. Até agora, o executivo PSD/CDS mantém-se em silêncio face às acusações do PS, sem apresentar justificações para a perda dos fundos ou calendário para retomar os projetos.